6/18/2008

FELIPE LEITE



Com tudo o que foi pesquisado, concluí que os projetos de implantação do desenvolvimento sustentável visam sobretudo a subsistência da população futura. Diversas ONG's já previnem que essa "infinidade" de recursos que hoje temos, irá se esgotar. Se não houver uma consciência imediata, isto irá se transformar num problema sem solução e irremediável.
O reflexo de que isto procede, é a existência das leis ambientais, que exigem bastante das empresas. Dessa forma, através da cobrança de multas, principalmente, as empresas são penalizadas ao atingir o meio ambiente de alguma forma.

6/17/2008

Eventos












empresas e universidades
Global Fórum começa nesta quarta-feira

Evento internacional reúne cerca de mil empresários, acadêmicos, estudantes e representantes de governos e da sociedade para repensar o papel das universidades na formação dos futuros dirigentes de negócios, tendo em vista a demanda do mercado por sustentabilidade. Acompanhe a cobertura do GFAL pelo Planeta Sustentável, de 18 a 20 de junho


Por Thays Prado
Planeta Sustentável - 17/06/2008


Tem início, nesta quarta-feira, 18 de junho, o GFAL - Global Fórum América Latina – primeira iniciativa de regionalizar as discussões iniciadas em 2006, durante o Global Fórum, que aconteceu em Cleveland (Ohio, EUA). O evento vai até o dia 20 de junho e acontece em Curitiba (PR).

A proposta do fórum é se transformar em uma grande troca de idéias para alinhar melhor o tipo de formação que as universidades têm oferecido aos estudantes de Administração e áreas afins e as exigências do mercado por profissionais que considerem os impactos sociais, ambientais, econômicos e políticos de suas decisões.

Cerca de mil inscritos entre empresários, executivos, acadêmicos, estudantes, representantes do poder público e da sociedade civil vão participar dos três dias de discussões e construções de conhecimentos.

Com dinâmica inovadora, a programação prevê exposição de temas relacionados à sustentabilidade, responsabilidade empresarial e educação, por renomados palestrantes, durante 20 minutos, seguida de mesas redondas formadas por oito integrantes cada, envolvendo todo o público presente. O resultado das discussões de cada grupo é compartilhado com os demais participantes posteriormente. Todas as palestras serão transmitidas ao vivo no site do GFAL.

A abertura do evento, que tem como tema os “Princípios da educação em Administração e gestão responsável”, conta com a presença de representantes da ONU – Organização das Nações Unidas, da Anpad - Associação Nacional de Pós-Graduação e pesquisa em Administração e da FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável.

Um dos destaques da agenda do GFAL é a presença do consultor indiano, Ram Charan, identificado pela revista Fortune como o maior especialista em governança corporativa. Charan vai falar no dia 19 de junho, às 14h, sobre os “Desafios Estratégicos da Cooperação para a Sustentabilidade”.

Entre os palestrantes também está Oscar Motomura, fundador e principal executivo do Grupo Amana-Key, centro de excelência em gestão, com sede em São Paulo. Ao lado de representantes de instituições como Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, Mário Monzoni, do GVces, e Christina Carvalho Pinto, do Mercado Ético, ele vai falar sobre “Alianças Estratégicas: Empresas, Universidades e Sociedade cooperando para a Sustentabilidade”.

A intenção é que se crie, a partir do que for construído durante os debates, uma agenda de propostas e prioridades de ação que proporcionem aos estudantes valores e instrumentos que contribuam para uma formação mais voltada para a sustentabilidade.

O GFAL está sendo produzido pela FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, com apoio do SESI – Serviço Social da Indústria, em parceria com o GVces – Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas e a norte-americana Case Western Reserve University.

Acompanhe a cobertura do evento durante esta semana pelo site do Planeta Sustentável.

Global Fórum América Latina
18 a 20 de junho
Cietep - Av. Comendador Franco, 1341
Curitiba - Paraná
Leia também:
Brasil recebe Global Fórum América Latina


Fonte:www.planetasustentavel.abril.com.br

Sustentabilidade










Jones Perote

No nosso entender, deveria ser, no mínimo, um mundo melhor do que é hoje. Por isso, no dia-a-dia, trabalhamos para que as gerações futuras tenham todas as possibilidades de usufruírem de um sistema socialmente justo, ambientalmente equilibrado e economicamente próspero, por um longo período de tempo. Esse é o princípio do desenvolvimento sustentável.
No panorama complexo de hoje, onde a interdependência entre todos os agentes é sempre abalada por diversos acontecimentos, sejam de origem natural ou econômica, a luz vermelha já acendeu há muito tempo.
Independentemente da correria e da dinâmica do mundo atual, temos que refletir. E agir. E reinventar a forma de ser e de fazer. E implantar novas soluções. Soluções que nos levem a um desenvolvimento que seja perene, duradouro e que traga bons frutos para o presente e para o futuro.
Sustentabilidade não é uma teoria econômica ou um tratado político. Sustentabilidade é uma filosofia de vida, pela qual, basicamente, devemos cuidar bem de nosso presente para que as gerações futuras tenham também a possibilidade de usufruir dos avanços tecnológicos e das dádivas da natureza. É um modelo de atuação em que todos ganham: as pessoas, as empresas, a sociedade e o meio ambiente. É viver, se desenvolver e fazer negócios sem esquecer do meio ambiente e da melhoria dos padrões de vida de todas as pessoas.
Também é fundamental a ênfase na educação - ela é a força transformadora de um país, de uma sociedade e de uma empresa. A educação e a geração de renda são essenciais para o resgate da auto-estima e da cidadania. É através destas que podemos formar pessoas e cidadãos cada vez mais conscientes e atuantes.
Vamos em frente! É importante disseminar a sustentabilidade o mais possível, propagando a sua onda amplamente. Quanto mais pessoas, empresas e instituições envolverem nessa jornada, melhores condições de vida conseguiremos no futuro. Mas, acima de tudo, é importante fazer a nossa parte. Cada um de nós. Se cada um fizer a sua parte, estará estimulando mais e mais ações e contribuindo para um mundo verdadeiramente melhor.





Ambiente

Paulo Vitale









Corte de árvore: é difícil fazer cumprir a lei de preservação

Desmatamento

Muita retórica, pouca ação
O ministro faz show e desmatamento na Amazônia se aproxima do recorde

Por Roberta de Abreu Lima


Nos últimos três anos, a tendência de queda nos índices de desmatamento na Amazônia foi alardeada como um feito da gestão ambiental do governo Lula. Na semana passada, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) confirmaram o que já se antecipava desde o início do ano: a derrubada de árvores voltou a crescer com força total.
Embora ainda faltem três meses para a divulgação do índice relativo a 2008, as medições já apontam para um aumento de 17% no desflorestamento em relação ao ano passado. A área atingida chega a 5 850 quilômetros quadrados, o equivalente a quatro vezes o município de São Paulo. Considerando-se que o período de julho a setembro é justamente aquele em que mais se desmata, pois a escassez de chuvas favorece as queimadas e a circulação de veículos para o transporte de madeira, o saldo final do estrago pode chegar a 20.000 quilômetros quadrados, recorde dos últimos quatro anos.
Tais cifras preocupam, mas não surpreendem. Elas demonstram a ineficiência do controle do desmatamento na Amazônia. Nenhum governo até hoje elaborou um plano consistente para a ocupação da região, um projeto que concilie o desenvolvimento do agronegócio com a preservação da maior floresta do planeta. Para piorar, as leis que existem são ignoradas por boa parte dos agricultores e pecuaristas e a fiscalização do Ibama é precária.
O governo, por sua vez, incentiva o desmatamento ao promover assentamentos de sem-terra que, sem ter como sobreviver com a lida da terra, derrubam árvores para vender a madeira. A última regra criada pelo governo para a Amazônia, a suspensão do crédito rural aos produtores agrícolas que tenham desmatado sua propriedade além do limite permitido, prevista para entrar em vigor em julho, está agora sendo amenizada pela exclusão de áreas consideradas fora do bioma amazônico.
Em reação à escalada do desmatamento, o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, mostrou ser um animador de auditório. Depois de cunhar frases de efeito como "precisei controlar a ecoansiedade" e "não adianta chorar a seiva derramada", ele ameaça confiscar os bois dos pecuaristas em situação irregular. Sim, ele quer apreender dezenas de milhões de cabeças de gado, numa operação que batizou de "boi pirata", e doar toda a carne ao programa Fome Zero. O surto do novo ministro mostra que, com relação à Amazônia, o governo é bom de retórica e ruim de ação.
O ESTRAGO NA PONTA DO LÁPIS

De agosto de 2007 a julho de 2008, o desmatamento pode alcançar 20 000 km2, contra os 11.200 km2 do mesmo período entre 2006 e 2007
- Cada motosserra em ação naAmazônia derruba, em média, 50 árvores de grande porte por dia - Ao cair, cada uma dessas árvores derruba outras 27 menores - No fim do dia, uma única motosserra acaba com 1.350 árvores
Fonte: Imazon
www.planetasustentavel.abril.com.br

6/11/2008

VÍDEO PRODUZIDO PELO GRUPO:

http://www.youtube.com/watch?v=kPxxIyJIZIc

6/05/2008

O Que Melhoraria o Uso Sustentável Dos Nossos Recursos!

Uso Sustentável dos Recursos Naturais


O objetivo do programa de Uso Sustentável dos Recursos Naturais é desenvolver e fazer o marketing de produtos de base florestal ou pesqueira, agregando valor na base da pirâmide produtiva e garantindo a conservação da biodiversidade e o manejo sustentável dos recursos naturais.

Populações tradicionais que habitam a floresta amazônica, como os seringueiros, e a várzea, como os ribeirinhos, estão ameaçadas pelo crescente desmatamento. Elas dependem de recursos florestais como madeira, castanha e borracha, entre outros, e de recursos pesqueiros para sua sobrevivência e também sua alimentação. O extrativismo moderno, baseado na tecnologia e no manejo, permitem agregar valor ao produto ainda na floresta, ou na margem do rio.

Todos podem ganhar com a sustentabilidade:

  1. A comunidade local melhora a sua renda;
  2. A sociedade como um todo cresce com uma economia fortalecida
  3. Promove-se a manutenção do meio ambiente, aumentando nossa qualidade de vida.

O WWF-Brasil trabalha para isso, apoiando comunidades de reservas extrativistas e outras áreas de desenvolvimento sustentável, bem como as populações ribeirinhas. Nosso apoio técnico e financeiro é dirigido ao fortalecimento institucional, capacitação e certificação FSC. Além disso, trabalhamos para inserir os produtos nos mercados nacional e internacional. E pesquisas científicas comprovam: o uso racional dos produtos naturais resulta em aumento de produtividade e de renda, ao mesmo tempo que garante a regeneração e conservação da natureza.

Entre os projetos desenvolvidos pelo WWF-Brasil neste programa incluem-se o Solado de Borracha, o Couro Vegetal, Palmito de Açaí, Produtos Aromáticos com essências naturais, derivados de castanha e de copaíba, e ecoturismo de base comunitária. O WWF também apóia a certificação florestal comunitária em reservas extrativistas e assentamentos agro-extrativistas (madeira e não madeireiros), bem como apóia o FSC-Brasil. Há ainda projetos demonstrativos de modelos sustentáveis de extração de madeira em escala industrial e de manejo de mogno. O manejo da pesca comunitária e a gestão dos recursos hídricos também estão contempladas no Programa.

Consequêcias de uma Política Não Sustentável

O novo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2008 (IDS 2008), divulgado nesta quarta-feira, mostrou que o país evoluiu mais nos indicadores econômicos e sociais, que nos ambientais. O objetivo da pesquisa é revelar em que ponto o Brasil está e para onde sua trajetória aponta no caminho rumo à sustentabilidade ambiental e da qualidade de vida dos brasileiros.

VIOLÊNCIA

Um dos dados mais alarmantes da pesquisa remete à mortalidade por causas violentas, que segundo a pesquisa,afeta a qualidade de vida da população. A região Sudeste apresentou em 2004 a maior taxa de mortes por homicídios do país, com 32,3 mortes por 100 mil habitantes, mais elevada que a média do país (26,9 por 100 mil). Entre 1992 e 2004, houve um incremento em termos absolutos de 7,7 mortes por homicídios por 100 mil habitantes no país.

O número de homicídios entre os homens também é maior do entre mulheres: 35,6 por 100 mil para os homens e 3,2 por 100 mil para as mulheres em 1992, contra 50,5 e 4,2 em 2004, respectivamente. Entre as unidades da federação, as maiores taxas, em 2004, couberam ao Rio de Janeiro (50,8), Pernambuco (50,1) e Espírito Santo (48,3).

ACIDENTES

Crescem também os acidentes de trânsito, o que afeta todos os grupos socioeconômicos, com maior freqüência os mais pobres, e implica custos elevados para o sistema de saúde. No Brasil, em 2004, os homens foram as principais vítimas, com 32,6 mortes por 100 mil habitantes, contra 7,2 por 100 mil de mulheres.

Meio Ambiente

Com 23 indicadores, divididos em atmosfera; terra; água doce; oceanos, mares e áreas costeiras; biodiversidade e saneamento, e emissão de gases do efeito estufa, a dimensão ambiental do IDS é a que têm evolução mais lenta.

Dentre os indicadores positivos, podem-se destacar a redução de consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio e o aumento do número de unidades de conservação (UCs) e de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Os focos de incêndios também sofreram redução entre 2004 e 2006, e a poluição atmosférica mantém sua tendência estacionária, exceto pelo ozônio (O3), cuja concentração continua aumentando.

Já a poluição dos rios que cortam as maiores regiões metropolitanas e a das praias mantêm seus níveis elevados, enquanto as quantidades de fertilizantes e agrotóxicos usados na agricultura cresceram, e as apreensões de alguns animais que seriam comercializados ilegalmente também aumentaram.

Por fim, indicadores como o desmatamento na Amazônia, que vinham melhorando, sofreram revezes no período mais recente, ao que tudo indica em conseqüência do próprio crescimento econômico.

Entre 2004 e 2006, o número de focos de calor, que indicam queimadas autorizadas e incêndios florestais , caiu de 236.014 para 117.453, uma redução de 50%. Os dados são do Ibama e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Entre os estados, o Amapá teve a maior redução nos focos de calor entre 2004 e 2006 (-78%, de 1.319 para 291), seguido por Mato Grosso (-67%) e Goiás (-66%). No Rio de Janeiro, no mesmo período, os focos de calor mais que duplicaram, de 158 para 323.

Uma boa notícia é que o consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio está reduzido, de forma geral, em todo o mundo. No Brasil, esse consumo anual (produção + importações – exportações) tem caído aceleradamente, superando as metas: diminuiu 87% entre 1992 e 2006, passando de 11.198 para 1.431 toneladas de potencial de destruição do ozônio (PDO), segundo informações do Núcleo de Ozônio do Ministério do Meio Ambiente.

A poluição do ar nos grandes centros urbanos é um dos principais problemas ambientais, com implicações graves na saúde, especialmente de crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias. Apesar da melhora, os valores de concentração anual média de substâncias poluentes ainda são elevados, porém, em locais como Brasília e as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo.

A qualidade da água dos rios e represas brasileiros está longe do ideal. Nenhum dos corpos d'água para os quais foi calculado o Índice de Qualidade da Água (IQA)3 médio anual atingiu nível considerado ótimo (acima de 80).

O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta. Para proteger esse patrimônio, destina uma área de mais de 712.660 km2 a unidades de conservação (UCs) federais. Em relação a 2003, o total de UCs federais cresceu de 251 para 299 em 2007. A área protegida também aumentou (era de 552.713 km2em 2003), elevando o percentual de área preservada, em nível federal, de 6,5% para 8,3% do território.

O bioma amazônico teve o maior aumento de área protegida entre 2003 e 2007 (145.873 km2), seguido pelas unidades de conservação marinhas (5.792 km2). Já o número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) passou, entre 2003 e 2006, de 366 para 429, um incremento de 4.119 km2em área protegida. O maior aumento, em termos territoriais, ocorreu no Pantanal (247 km2), embora numericamente tenham sido criadas mais RPPNs na Mata Atlântica (aumento de 17 km2).

5/15/2008

SUSTENTABILIDADE É

O futuro a gente faz agora
"Um problema que levanta muitas questões, exige múltiplas respostas" - veja o texto de apresentação do movimento Planeta Sustentável e conheça melhor essa iniciativa










transformação
Sustentabilidade é essencial
A idéia da sustentabilidade, por si só, não poderá nos tirar das encrencas econômicas, sociais, ambientais e culturais em que nos metemos enquanto estávamos entretidos em competir e acumular. Só nós, mudando o padrão de ação no mundo, conseguiremos reverter as ameaças que hoje nos afligem.



Por Sérgio A. P. Esteves
Planeta Sustentável - 02/04/2008



Sustentabilidade é um termo que tem se colocado muito presente no repertório cultural contemporâneo. Flexível, com boa elasticidade no plano da linguagem, ele tanto tem servido para enriquecer a conversa casual das tardes de domingo como para alavancar carreiras ou amparar interesses. Mas haverá aí, nessa noção cotidiana de sustentabilidade, algo mais do que apenas linguagem com boa capacidade de modelagem e adaptação? Haverá substância capaz de induzir inovações e propor transformações estruturais a longo prazo no modus operandi do modernismo, erradicando assimetrias que continuamente nos afligem?
O fato é que, como sociedade, temos avançado pouco em direção a cenários econômicos, sociais e ambientais estruturalmente melhores, mesmo após décadas de iniciativas de mobilização social, mesmo após tantas e repetidas campanhas - dos mais variados motes, de inúmeras ONGs, mesmo com a ampliação dos mecanismos de participação popular e a contundência teimosa do jornalismo documental. Não parecemos avançar para patamares sociais estruturalmente melhores, mesmo articulando melhor o discurso sobre sustentabilidade e aumentando a quantidade de ações dirigidas para os diversos segmentos da sociedade. Talvez porque tudo isso que estamos fazendo seja apenas mais do mesmo. Em outras palavras, temos evoluído em inúmeras frentes com bons retornos de imagem e bônus de consciência, mas a África precisa continuar existindo.
Num plano bem mais simples, por exemplo, diante da "publicidade colorida e esfuziante" das organizações contemporâneas declaradamente envolvidas com sustentabilidade, permanecem algumas questões parcialmente sem resposta: uma que indaga sobre a legitimidade do que estão fazendo, dada a natureza e os contornos estabelecidos por seu mandato social; outra que procura levantar o quanto essas ações, por seu caráter assistencialista e naturalmente continuista podem impedir, ou adiar, transformações sociais necessárias; outra, ainda, que levanta o quanto essas ações de diferentes organizações desarticulam a ação de líderes comunitários naturais, esvaziando o seu poder de mobilização e empurrando-os para a política partidária e suas limitações. No fim das contas, essas e outras questões se propõem a procurar avaliar se e como estamos avançando em direção a uma sociedade mais sintonizada com a qualidade de vida não do indivíduo isolado, entregue à solidão da liberdade moderna, mas do coletivo humano.
A propósito, conseguiremos ainda, após tantas seduções do mercado e das instituições neo-liberais, resgatar o sentido de coletivo e construir novos significados para a ação humana? Será possível alguma interferência no curso apontado por Zygmunt Bauman em que cada vez mais se espera que [o trabalho] seja satisfatório por si mesmo e em si mesmo, e não mais medido pelos efeitos genuínos ou possíveis que traz a nossos semelhantes na humanidade ou ao poder da nação e do pais, e menos ainda à bem aventurança das futuras gerações"? [Modernidade Liquida, Bauman, 2001, Zahar].
Importante, penso, afirmar que há novos significados e novos horizontes para além da habilidade de compor visuais, seguir rituais, concluir tarefas repetitivas, aparentar engajamento, fazer carreira, fazer poupança, agradar os chefes, ensinar em uma boa escola, escrever um livro, plantar uma árvore, fazer caridade, separar o lixo, ter um filho, deixar de fumar, ir à missa aos domingos, falar articuladamente sobre sustentabilidade, respeitar os mais velhos e se aposentar com uma boa história de vida para contar. Importante afirmar isso quando olhamos os investimentos em infra-estrutura não se traduzirem em aumento da felicidade dos povos; ou quando nos damos conta de que o racional rejeita a intuição e a experiência pessoal e o acesso.
A sustentabilidade nos é revelada diariamente por meio de artigos, editoriais, matérias de capa, reportagens, eventos, denúncias do ministério público, outdoors, palestras, passeios no parque, conversas casuais, aulas, discursos, programas de entrevistas, espetáculos beneficentes e inúmeros artefatos publicitários. Ela nos chega por todos os lados, sempre como linguagem acabada, muito pouco no formato de assimetrias qualificadas, que exigem entendimento, mobilização e enfrentamento, ou de significados, que exigem avaliação e posicionamento político; nos chega em fragmentos de falas que vamos superpondo, como substratos de um sambaqui, e que produzem um sentimento impreciso de avanço e um certo formigamento intelectual: parecemos saber o que significa sustentabilidade, nos sentimos esperançosos que estamos progredindo como sociedade e isso parece bastar.
Exatamente por conta da sua atualidade e da aparente suficiência de seu discurso, a idéia de sustentabilidade logra conviver em certa harmonia com acentuadas contradições de fundo. A desconexão intencional entre a idéia de sustentabilidade e uma esperança de sustentabilidade permite que, ao final, reste pouco mais do que um punhado de "boas práticas" e de realizações alardeadas pelos pragmáticos que, entretanto, 1) reduzem a realidade ao conteúdo sem profundidade do discurso de celebração e 2) adiam as transformações estruturais necessárias para influenciar a qualidade de vida de enormes populações do planeta. A desconexão é tão recorrente que, até por expor as nossas próprias contradições, não há como evitar a pergunta: a serviço de que, afinal, temos colocado a idéia de sustentabilidade?
Parece bastar a uma parcela significativa de formadores de opinião, por exemplo, a neutralização do carbono ou os investimentos em educação de jovens de segmentos sociais marginalizados, como se a reinvenção do cotidiano - com uma redução drástica das emissões e a substituição da matriz energética e o acesso ao mercado de trabalho em condições de equivalência, não fizesse parte da agenda, mesmo a médio prazo.
O dilema que se coloca no enfrentamento das questões de sustentabilidade não é de natureza conceitual, mas metodológica e, nesse sentido, política. As soluções legitimadas para as questões que afligem a sociedade contemporânea e comprometem a qualidade de vida das atuais e futuras gerações são complexas e requerem bem mais do que o good will de diferentes atores sociais. Requerem formulação conjunta de diagnósticos, processos e resultados futuros; requerem complementaridade e, sobretudo, requerem que se realizem objetivos pontuais realizando, simultaneamente, objetivos coletivos. Finalmente, requerem organizações que se proponham a fazer parte desse esforço e se preocupem menos em obter retornos de imagem por iniciativas isoladas de caráter benevolente.
Vivemos em um ambiente social que supervaloriza o empreendedorismo de Schumpeter sem criar, porém, salvaguardas para as suas potenciais externalidades. Temos, assim, uma espécie de sustentabilidade de morro abaixo, capitaneada por uma nova elite e medida em iniciativas e realizações físicas pontuais, porém descontextualizadas de um sentido mais amplo de coletivo; temos uma sustentabilidade que ganha corpo embalada pela oferta de pragmatismos na comunicação de massa, mas que se mostra pífia quando se trata das questões de fundo relacionadas à qualidade de vida e à equidade entre os povos. Conseguirão, então, os diferentes atores, [conseguiremos nós] , nessa modernidade ambivalente, aceitar uma responsabilidade social traduzida por um compromisso com a qualidade de vida e a felicidade do coletivo humano? Conseguiremos contextualizar as consequências da maximização do consumo e dos retornos individuais, evoluindo para concepções inovadoras de participação social na busca de retornos coletivos capazes de reduzir progressivamente as desigualdades? Ou nos manteremos fiéis a processos privados, continuando a servir às estruturas de poder de que fazemos parte?
De fato, a idéia da sustentabilidade por si só não poderá nos tirar das encrencas econômicas, sociais, ambientais e culturais em que nos metemos enquanto estávamos entretidos em competir e acumular. Ela será sempre só a idéia de sustentabilidade, capaz de produzir um certo efeito cênico com o poder relativo de amenizar as nossas angústias em relação às inequidades que promovemos e com que convivemos. Só nós, mudando o padrão de ação no mundo, conseguiremos reverter as ameaças que hoje nos afligem. E aí, a idéia de sustentabilidade será mais do que útil, será essencial!


Fonte:
http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/home/

QUEM DISSE QUE NÃO ESTAMOS PREOCUPADO COM O MEIO AMBIENTE .

Aqui vou lhes aprenta uma ONG que muito tem se preocupado com a questão do meio ambiente e sua sustentabilidade .A FBDS é uma entidade que pensa e estrutura projetos de desenvolvimento sustentável, graças a uma organização que concilia a fronteira do conhecimento com capacidade gerencial.Esse site nos faz lembrar muito o quanto a conciencia coletiva e boas idéias podem mudar nossa maneira de ver o ambiente que vivemos.

O site é :http://www.fbds.org.br/